O fim de semana está entre nós e, com ele, a chance de assistir um filminho com pipoca no sofá ou, se você já estiver vacinado, na poltrona do cinema. Confira alguns destaques entre as estreias nas mais diversas plataformas:
A cultura digital dos influenciadores é examinada de perto no longa “Sweat”, do sueco Magnus Von Horn, estreia da semana na Mubi. O filme acompanha uma blogueira fitness que vive o auge do sucesso online, mas, ao mesmo tempo, sofre com a carência de contato humano verdadeiro, enquanto precisa lidar com um fã obcecado.
Quando um grupo de terroristas decide sequestrar um avião, no thriller “Céu vermelho-sangue”, da Netflix, eles certamente não esperavam que uma das passageiras fosse, secretamente, uma vampira, que agora está determinada a proteger seu filho e chegar ao seu destino, custe quanto sangue custar.
A versão cinematográfica do musical da Broadway “Em um bairro de Nova York” chega ao catálogo da HBO Max, com a trilha composta por Lin-Manuel Miranda. O filme mostra uma comunidade latina dentro da agitada metrópole estadunidense. Lá, o dono de uma bodega economiza cada centavo enquanto sonha com uma vida melhor.
O clássico de Akira Kurosawa “Rashomon” é o grande destaque do Belas Artes à la Carte. O filme de 1950 conta a história de um mesmo crime a partir de quatro pontos de vista: o de um bandido, uma noiva, um fantasma e um lenhador. Vencedor do Leão de Ouro e indicado ao Oscar pela Direção de Arte
Já a plataforma Filme Filme traz para o catálogo o romance Sabor da Vida, da diretora japonesa Naomi Kawase. O filme acompanha o dono de uma loja de dorayakis – bolinhos japoneses recheados de pasta de feijão – que contrata uma senhora para ajudá-lo, depois de provar seus deliciosos bolinhos. Com a atriz Kirin Kiki, de “Assunto de Família”.
Representante do novo terror brasileiro, “A Sombra do Pai” estreia gratuitamente no site do Sesc, como parte do projeto Cinema Em Casa. O filme é o segundo da diretora Gabriela Amaral Almeida, de “O Animal Cordial”, e conta a história de um pai e uma filha de 9 anos que se tornam distantes após a morte da mãe. Aos poucos, o pai vai se tornando mais ausente e mais ameaçador, enquanto a menina começa a acreditar que pode trazer a mãe de volta à vida.
Emily Blunt retorna aos cinemas para a segunda parte de “Um lugar silencioso”. No novo filme, sua personagem parte com os três filhos para desbravar o que restou do mundo fora de seu refúgio e encontrar outros sobreviventes. Agora que ela conhece o ponto fraco das criaturas que caçam pelo som, a humanidade pode ter uma chance.
Gostou? Veja a lista completa de lançamentos de julho aqui.
Nunca entendi direito a febre dos true crimes. Não sou fã de histórias reais e, dentre elas, as que exploram crimes hediondos são as que menos me interessam. Programas pinga-sangue no fim de tarde? Tô fora. Filme do Tarantino sobre o assassinato de Sharon Tate? Pre-gui-ça. Documentários sobre serial killers carismáticos? Crimes mal resolvidos? Traumas para a vida toda? A busca frenética por saber quem matou quem e como, com detalhes? Gente, vocês estão bem…?
É, ninguém está. Apesar disso, resolvi assistir á nova série documental “da Netflix” (produzido por terceiros, pago e aprovado pela Netflix, como todos os seus “originais”), Elize Matsunaga: Era uma vez um crime. Tive dois motivos: um – os tais “terceiros” eram a produtora Boutique Filmes, onde o Gabriel trabalha (o nome dele está nos créditos!), e ele me garantiu que a série era interessante; dois – a direção é da Eliza Capai, de quem eu conhecia o documentário Espero tua (re)volta, sobre os movimentos estudantis que ocuparam escolas públicas em São Paulo uns anos atrás, e com quem eu tinha tido uma conversa muito boa na época, entre uma garfada e outra num restaurante vegetariano.
A série e o longa de Capai não têm muita semelhança entre si, exceto pelo fato de que ela, novamente, assume uma posição de ouvinte e deixa que outros contem a história. Não há narração pessoal, como nos trabalhos de Petra Costa, por exemplo. Aqui, quem descreve os eventos, comenta e conecta são os repórteres que cobriram o caso quando ele estourou, em 2012; além dos advogados de defesa e acusação; amigos e familiares dos dois lados; e a própria Elize – que pela primeira vez teve direito a uma saída temporária da prisão e concedeu uma longa entrevista à equipe, contando passo-a-passo sua versão da história.
Uma tragédia de elite?
São raras as vezes que um assassino confesso se dispõe a falar desse jeito para o grande público, mais raro ainda uma assassina. Daí o apelo da série. Num momento em que se discute feminicídio, violência doméstica, direitos da mulher e a importância da sua voz, a história de Elize chega como uma exceção particularmente complexa e provocadora. Afinal, entender o que motivou o crime não anula o fato de que ele ocorreu – e incluiu os horrores de um corpo esquartejado.
Porém, conhecer certos detalhes ajuda a perceber esse caso como algo muito maior do que o desentendimento entre duas pessoas ou a violência unilateral de uma: o que está pintado ali, em cores berrantes, é a tragédia de uma elite branca brasileira tão descolada da realidade que sua própria capacidade de empatizar ou se horrorizar com o outro (humano ou não) já se esvaiu há tempos, no momento em que saiu para caçar um animal pelo mero prazer de caçar, ou começou a colecionar armas de fogo e espalhá-las pela casa simplesmente porque gostava.
Penso nessa série, na fascinação pelos crimes reais e na narrativa que se constrói sobre Elize e Marcos pela ideia do grotesco. O feio que se emoldura como belo, o baixo que se mistura ao alto, a contradição entre o ideal e o imperfeito que modela nossas vidas e dá origem aos melhores dramas. A vida de Elize é cheia de contrastes: a pobreza e a riqueza; a experiência como garota de programa e o sonho de ter uma família tradicional; a aparência delicada e o crime horripilante. A voz calma e o conteúdo terrível do que diz.
Mas também é grotesca a vida privada dessas pessoas tão perfeitamente civilizadas: eles tinham uma cobra; um quarto que mais parecia um arsenal terrorista; expunham a cabeça de um veado na sala de estar… A cada informação, o conjunto se torna mais estranho, errado, fascinante. E o público aplaude como num freak show.
Grandes simplificações
A impressão é de que a realidade passou a quilômetros daquele apartamento. E seria difícil imaginar um desfecho menos extremo para uma crise conjugal, quando os dois lados tinham tão fácil acesso a pistolas, rifles e uma submetralhadora “como a de Al Capone”.
Mas aponto para essas esquisitices não para amenizar a culpa de quem, de fato, apertou o gatilho, mas para espalhar essa culpa em infinitos pedacinhos (com o perdão do trocadilho). Pois o que a série faz, com sucesso, é mostrar que o contexto é sempre muito mais complicado do que a imagem que se grava num minuto, e que a ideia que temos de Bem e de Mal são, no fundo, grandes simplificações.
A obra replica o formato do julgamento e dá voz a todos os lados, reconstruindo a história muito além do momento do crime. Contudo, ela não parece fazer isso para que o público julgue quem está certo ou errado, mas para mostrar que o comportamento humano é esse conjunto caótico de experiências e emoções, que às vezes levam a eventos absurdos.
Nesse caso, não há sequer grandes divergências entre versões. Como não há dúvida sobre quem cometeu o crime, a questão passa a ser algo mais abstrato (e essencialmente irrespondível), como o que ela sentiu ao cometê-lo. É como outro filme que assisti esta semana – um drama holandês chamado “Caráter”, de 1997, que também começa com um assassinato e parte para construir sua história. É curioso como produções tão distintas podem dialogar tanto entre si!
Garantia de arrepios
No fim, cada um vai sentir sua parcela de arrepios com “Era uma vez um crime” – seja pela frieza com que Elize conta sua história, seja pela melodia macabra que acompanha algumas cenas… Ou seja por imaginar o tamanho da pretensão de um homem que veste o manto de salvador enquanto “tira” a mulher de uma vida financeiramente independente para emoldurá-la em casa como um troféu, enquanto avalia outras mulheres feito corridas de Uber num fórum online.
Ou, talvez, como foi o meu caso, os arrepios venham mesmo dos comentários dos vivos e não-encarcerados. Absolutamente cegos às próprias contradições.
Acabei de ver, meio por acaso, o primeiro episódio de uma série documental da Netflix chamada Como se tornar um tirano. Ela deve ter acabado de chegar, já que a data de lançamento é 2021, e não poderia ter vindo em melhor momento. Na verdade, sua existência é quase um mau sinal: se chegamos no ponto em que a cultura pop está discutindo tirania e desenhando didaticamente o que significa ser um tirano (mais didaticamente do que Harry Potter e Star Wars), é porque talvez já seja tarde demais.
Pessimismo à parte, lembro-me de quando estava na escola, talvez no colegial, e minha professora de História tentava explicar a um bando de alunos incrédulos como a Alemanha nazista tinha se tornado uma realidade. “Que povo cruel!”, julgávamos, do alto de nossos incontestáveis bons-sensos. “Como eles podem ter concordado com isso?”. E a História parecia, naquele momento, apenas uma curiosidade sobre um mundo distante que precisávamos conhecer porque cairia na prova.
Acho que o filme A Onda foi o primeiro a plantar a dúvida em muitos de nós. “Será que…”, começamos a nos perguntar, preocupados, “Será que somos muito mais manipuláveis do que imaginávamos? Será que aquilo poderia acontecer com qualquer um de nós?!”.
Ah, a ignorância é uma bênção, né?
Sempre ouvi dizer que a História era cíclica, e até pouco tempo atrás tinha a sensação de que isso só se aplicava ao mundo da moda, que cansava de inovar e colava da geração anterior a cada duas ou três décadas, previsivelmente. Quanto à História real, ela era feita de ciclos enormes – coisa de séculos, que eu não ia ver. Imagine, uma crise de verdade? Ditadura, guerra, assassinatos políticos? Não na minha vez.
Aí, já não era ignorância. Era negação. Meu cérebro tentando se autopreservar durante uma juventude alimentada por George Orwell, Aldous Huxley e Ray Bradbury e professoras desanimadoramente realistas, como aquela. Mas a verdade é que, depois que você aprende a ler os sinais, fica ridiculamente fácil reconhecer um governo potencialmente totalitário, ou tirânico, quando você o vê. E, a julgar pela série da Netflix, não somos apenas nós que estamos olhando para ele.
Como se tornar um tirano tem como alvo todas aquelas pessoas que, como eu e meus colegas no colegial, não acreditam que o nazismo poderia nascer aqui, hoje, e acham exagero quando alguém compara, por exemplo, Bolsonaro a Hitler. De fato, eles não são iguais, e o Brasil de 2021 não é a Alemanha de 1934, mas não se iluda pensando que Hitler era, de alguma forma, especial, ou que sua influência sobre o povo alemão não tem semelhanças com o que está acontecendo aqui e em outros países no mundo, agora.
Isso pode parecer uma teoria da conspiração, mas é só História. O totalitarismo, como bem notou Hannah Arendt, tem padrões muito claros, e a turma de Adolph ajudou a lapidar alguns deles. É aqui, então, que entra a série. Narrada por Peter Dinklage (experiente em tronos e tiranias) e costurada pelas trajetórias de Hitler, Stálin, Kim Il-Sung, Muammar Khadafi e Idi Amin Dada, ela aproveita o formato portátil dos episódios de meia-hora, com ilustrações dinâmicas e tom de voz despojado, para ensinar ao público quais são esses padrões. Então, sob o disfarce de um “livro de regras” para aconselhar um futuro tirano, a produção vai tentando tornar o espectador mais preparado para reconhecer o perigo e, quem sabe, não se deixar manipular tão facilmente da próxima vez (ou nesta). Bem sabemos que conhecer o problema não é suficiente para impedir que ele aconteça, mas é um bom primeiro passo.
Se tudo isso está soando abstrato demais, aqui vão alguns dos ingredientes essenciais para a criação de um tirano, segundo esse “livro de regras”:
Megalomania, excesso de autoconfiança ou simples narcisismo delirante: a arte de acreditar que “só você pode salvar o mundo”, como vem ensinando Hollywood há pelo menos meio século (Neo, estou olhando para você)
Um dedo bem apontado para o Outro: uma nação feliz não tem interesse em tiranos, então é importante identificar algo que esteja causando indignação (como uma crise econômica), e depois eleger um Grande Culpado (que nunca será você mesmo, é claro, mas normalmente imigrantes, acadêmicos, artistas, mulheres um pouco mais questionadoras, comunistas, judeus etc). O Partido Nazista, vejam só, ascendeu depois da Queda da Bolsa de 29, o que me faz pensar se a ascensão global da extrema direita nos dias de hoje não pode ser um reflexo da crise de 2008, quando uma série de bancos americanos quebraram em decorrência da bolha imobiliária, afetando mercados do mundo inteiro.
Gente como a gente: nada como uma caneta Bic para mostrar que alguém é simples, né? Pois os maiores ditadores da História sempre se preocuparam em manter uma imagem próxima do povo para que fossem reconhecidos como os “verdadeiros representantes” do país, mesmo que isso só fosse verdade na hora da foto. Afinal, isso não é sobre um partido ou um plano de governo, mas sobre criar um ídolo.
Publicidade é tudo: Goebbels sabia disso. Hoje em dia, talvez a publicidade clássica, baseada na repetição infinita de uma imagem e uma ideia, tenha sido substituída pelo investimento na desinformação – com mil fontes dizendo coisas diferentes, quem é que vai acreditar nos jornais quando eles apontarem os erros do governo?
Esquadrão de minions: pra quem não sabe, o termo “minion”, usado na animação “Meu malvado favorito”, significa algo como “capanga”, ou “seguidor fiel” de alguém poderoso, frequentemente um vilão. Como explica Dinklage (e a História), qualquer pessoa que pretenda aplicar um golpe de governo e se manter ali, numa posição de poder absoluto, precisa se cercar de aliados extremamente fiéis, capazes de fechar os olhos para tudo o que ocorrer de absurdo ou desumano (como campos de concentração nazistas), por lealdade à sua imagem.
E isso foi só o primeiro episódio. Deu até um medinho, né?
Enfim chegou sexta-feira e, com ela, uma variedade de estreias para assistir em casa! No cardápio, tem opções para todos os gostos: a primeira parte da “Trilogia do Medo” na Netflix; o pipocão “A Guerra do Amanhã”, com Chris Pratt; o drama argentino “Maternal”; o documentário “Eu não sou seu negro”; o longa inspirado numa tragédia real “Utoya – 22 de julho”; e a comédia “Freaky – no corpo de um assassino”.
Gostou? Confira outras estreias do mês no site cadernojota.com.br.
Demorei para ver Assunto de família, não sei exatamente por quê. Talvez porque tenha perdido o timing da estreia, e vocês sabem o que acontece com filmes que caem no limbo da “minha lista”… Ou talvez tenha sido porque, sem a justificativa do trabalho (“preciso ver para escrever”, o que geralmente se limita ao fim de semana de lançamento), as sessões de “cinema” em casa acabaram gravitando rumo a filmes mais mainstream, bons para ver em família com um balde de pipoca, sem a culpa na consciência de ter indicado algo pesado ou lento demais.
Sei lá. A verdade é que vivo pedindo e inventando desculpas, como a personagem da Helen Mirren na nova série Solos, da Amazon (que estou terminando, mais sobre ela em breve*). Então, a novidade é que decidi parar com essas besteiras e me organizar para que todos aqueles filmes que eu quero-ver-mas-são-cult-demais-para-uma-sexta-à-noite tenham seu espaço reservado na semana. E comecei, é claro, desrespeitando meu novo cronograma: assisti a Assunto de família numa sexta-feira. À noite. E amei.
Para você que está meio perdido, Koreeda é Hirokazu Koreeda (ou Kore-eda, depende de quem escreve): um diretor japonês nos seus cinquenta e tantos anos com um dom muito especial para contar histórias banais. Seus filmes falam sobre famílias e relações humanas com empatia e sem julgamentos; são filmes sobre o dia-a-dia, feitos de diálogos e olhares, sem grandes eventos. Mas são filmes imensos.
Meu primeiro Koreeda foi Ninguém pode saber, de 2004, que vi numa Mostra Internacional de Cinema de SP quando ainda estava no colégio (era meu último ano, se não perdi as contas). O filme era inspirado numa história real e acompanhava quatro irmãos que precisavam viver escondidos e trancados em casa, porque sua mãe não tinha autorização para ter tantos moradores no mesmo apartamento. Assunto de família repete essa situação, sugerindo que o controle sobre o número de cabeças por teto talvez seja parte da cultura imobiliária japonesa. O que acontece em Ninguém pode saber é que a mãe começa a passar longos períodos fora de casa, até que essas crianças se veem obrigadas a desbravar o mundo sozinhas – suas roupas e tênis novos ganhando as cores sujas do tempo, cena após cena. Koreeda é assim, de partir o coração.
“Ninguém pode saber”, de 2004, também explora o tema das crianças em situação de abandono ou de pobreza
O cineasta estourou pouco depois com O que eu mais desejo (2011), Pais e filhos (2013), Nossa irmã mais nova (2015), Depois da tempestade (2016), O terceiro assassinato (2017)e, enfim, levou a Palma de Ouro em Cannes com Assunto de Família (2018). Todos esses, mais o curioso Boneca inflável (2009), que eu ainda não vi, estão disponíveis na plataforma Reserva Imovision, exceto por Ninguém pode saber. Esse, infelizmente, é difícil de encontrar.
A boa notícia é que Assunto de família também está na Netflix. Seu nome original é “Manbiki kazoku”, algo como “família de ladrões”, que é um título mais ou menos preciso. Afinal, essa é a história de uma família que não é bem uma família, de ladrões que não são bem ladrões. Vejam bem: são cinco (depois seis) pessoas que moram juntas numa casa, mas que não são oficialmente aparentadas. A senhorinha, dona do imóvel, é chamada de avó, mas não é a avó verdadeira de ninguém: seu marido era o avô biológico de uma adolescente que vive com ela, mas fruto de uma segunda família. O casal adulto, que sustenta o grupo com trabalho e furtos em supermercados (apesar de a “avó” receber uma pensão), também não tem relação sanguínea com a idosa, mas retribui a estadia ajudando a cuidar da casa e da rotina. Já o garotinho mais novo foi encontrado sozinho dentro de um carro e resgatado, anos antes, até se tornar parte da “família” – mesmo hesitando em chamar os adultos de “pai” ou “mãe”. A trama começa quando uma nova criança – uma menininha de três ou quatro anos, no máximo – é resgatada também. O “pai” e o “filho” a encontram sozinha e com fome numa noite gelada e decidem trazê-la apenas para jantar. Depois, os adultos ouvem os pais da menina brigando e deduzem o resto.
Koreeda, mais uma vez, tenta não fazer julgamentos. Podemos pensar que essas crianças foram sequestradas, pois nunca há, da parte da “nova família”, uma tentativa de contato com os pais originais. Podemos nos incomodar com o fato de que elas aprendem com os adultos a cometer pequenos furtos, complementando a renda irrisória (“se está no mercado é porque ainda não pertence a ninguém”, ensina o “pai”); ou podemos vê-las felizes e cercadas de carinho e imaginar que aquilo é uma família de verdade. Mesmo que saibamos que até a vovozinha tem seus esquemas obscuros para ganhar dinheiro.
O segredo para apreciar esse quadro fragmentado e incomum é perceber que o foco não está no contexto social, mas no doméstico: a câmera tem consciência do entorno, mas se concentra mesmo é nas relações entre aqueles seis personagens, e apenas eles. E tudo fica mais complicado, ou mais simples, quando se olha para o pequeno.
O ponto de vista infantil, frequente nos filmes do diretor, ajuda a trazer uma visão menos viciada dos eventos: a criança entende que algo está errado, mas ainda não sabe dar nome às coisas. Ela sabe que roubar é proibido, sente que deveria estar indo à escola, percebe que a condição de uns não é a mesma que de outros; mas não consegue, ainda, juntar tudo isso numa análise sócio-histórica da sua realidade. E isso faz com que experimente a vida com mais transparência, reagindo com o que seu corpo lhe pede, não com o que é esperado. É por isso que Koreeda é tão refrescante: suas histórias soam sinceras.
Se você incluiu Minari na sua maratona do Oscar 2021, talvez perceba a semelhança com Assunto de família. O tom, a delicadeza, as cores, tudo leva a crer que o americano Lee Isaac Chung se embebedou de Koreeda antes de escrever e dirigir seu próprio conto sobre imigrantes japoneses (o que não é um problema – Minari é lindo). E, como Minari, Assunto de família também aborda a velhice com atenção e generosidade. Idosos e crianças, afinal, deveriam ser parte da vida tanto quanto os jovens e adultos que parecem dominar o cinema ocidental, e não é de hoje que os japoneses são famosos por valorizar seus senhores. Aqui, a “vovó” trambiqueira é interpretada por Kirin Kiki: colaboradora frequente de Koreeda que também fez Depois da Tempestade, Nossa irmã mais nova, Pais e Filhos e O que eu mais desejo.
Assunto de família foi o candidato japonês ao Oscar 2019, e perdeu o prêmio de Melhor Filme Internacional para Roma – um filme que também escolhe o olhar intimista no lugar do panorama social, mas que, para mim, não alcança a variedade de emoções pelas quais Koreeda transita com tanta naturalidade. Os personagens desse último são engraçados, errados, apaixonados, cheios de vida, cheios de medo, e é isso que faz com que seus filmes sejam tão fáceis de assistir: eles são leves, mesmo quando dolorosos. São reais, mesmo quando suaves. E, se quer saber, são a pedida perfeita para uma sexta-feira à noite.
Procurando o que assistir no fim de semana, sem sair de casa? Então dê uma olhada nesta lista incrível: entre as estreias nos diversos serviços de streaming, temos Tom Hanks e Ridley Scott no início de carreira, uma série amada pelo público retornando para a segunda temporada, filmes de figurões como Almodóvar e Xavier Dolan, o fenômeno indie “First Cow” e muito mais:
A segunda parte da série francesa chega para matar a curiosidade dos fãs. Omar Sy interpreta um homem que se inspira no ladrão da literatura Arsène Lupin (o “Ladrão de casaca”) para realizar roubos e trapaças elaborados, mas, por trás de todo esse espetáculo, ele tem uma questão importante e pessoal para resolver.
Prepare-se para ver Tom Hanks bem novinho no segundo longa-metragem da carreira, que estreia agora no NetMovies (de graça, com anúncios). O filme traz um grupo de amigos que decidem jogar uma partida de RPG dentro de uma caverna lendária, e mergulham de cabeça na fantasia.
O longa mais recente de Pedro Almodóvar, lançado em 2019, chega à Amazon Prime Video no dia 12. Antonio Banderas, seu parceiro habitual, interpreta uma espécie de alter-ego do diretor nesta história sobre um cineasta que reflete sobre as escolhas e caminhos que tomou na vida.
Clássico cult de 1985, escrito por William Hjotsberg e dirigido por Ridley Scott, “A Lenda” traz Tom Cruise numa fábula de terror e fantasia envolvendo um unicórnio, uma donzela e um demônio que quer transformar o mundo em trevas.
Do mesmo diretor de “Pieces of a Woman”, Kornel Mundruczó, “Lua de Júpiter” adora um tom mais poético para falar sobre um refugiado sírio que tenta entrar na Hungria, junto com seu pai e outros conterrâneos.
Ainda no tema da imigração, o longa de Aki Kaurismäki acompanha o dono de um restaurante finlandês que se aproxima de um grupo de refugiados recém-chegados, num misto de drama e comédia. O filme ganhou o Urso de Prata no festival de Berlim em 2017.
O longa de estreia de Emma Seligman acompanha, com humor e sarcasmo, uma estudante universitária judia e bissexual durante um único dia, quando ela precisa encarar as obrigações sociais de um funeral.
Vencedor do prêmio do júri em Cannes e do prêmio de melhor filme estrangeiro no César, o canadense “Mommy”, de Xavier Dolan, é um soco delicado no estômago. Os protagonistas são um adolescente agressivo e obsessivo e sua mãe solteira, com quem tem uma relação complicada.
Inesquecível ao menos pelo título peculiar, o longa de Roy Andersson foi o vencedor do Leão de Ouro em 2014 e conta uma série de histórias vagamente conectadas por um par de vendedores, que percorrem diferentes ambientes revelando o absurdo da condição humana num misto de realidade e fantasia.
Neste romance lituânio que representou o país no Oscar de 2016, uma jovem fascinada por aviões conhece uma garota de sua idade durante uma apresentação de acrobacias aéreas, e as duas se aproximam pouco a pouco. O filme se destaca pelas composições visuais da diretora Alante Kavaite.
FIRST COW | Aluguel Itunes, Google Play e Now
Pequeno fenômeno de crítica, “First Cow” é um longa de Kelly Reichardt de 2019, indicado ao Urso de Ouro e ao Independent Spirit Awards. No centro, está um cozinheiro que viaja para o Oeste americano em 1820 e se une a um grupo de comerciantes de pele, até conhecer um imigrante chinês com quem decide abrir um negócio gastronômico.
O SEQUESTRO DE DANIEL RYE| Aluguel Itunes, Google Play, Now, Vivo Play e Sky
O filme, que é uma coprodução entre Dinamarca, Noruega e Suécia, conta a história real de um fotógrafo dinamarquês capturado pelo grupo ISIS durante um trabalho na Síria, em 2013, e mantido refém por 398 dias.
Aparentemente, o combo de medo e tédio que esta pandemia sem fim injetou na cultura no último ano não vem rendendo apenas histórias horríveis em mundos apocalípticos com a humanidade à beira da extinção, mas, também, histórias fofinhas em mundos apocalípticos com a humanidade à beira da extinção.
Uns meses atrás, a Netflix lançou Amor e Monstros: uma espécie de comédia com ação, um romancezinho de fundo e algumas lições de vida cheias de otimismo, tudo ambientado num mundo tomado por insetos gigantescos e assassinos. O filme foi um sucesso – e é mesmo uma delicinha de assistir. Agora, chega ao catálogo a primeira temporada da série Sweet Tooth, igualmente despretensiosa, igualmente feel good, e potencialmente mais viciante.
Sweet Tooth é a adaptação de uma HQ da Vertigo, linha da DC Comics, lançada originalmente entre 2009 e 2013. O piloto para a Netflix foi feito em 2019, mas quem assiste logo saca que o grosso dos episódios foram produzidos em 2020, bebendo da expertise de uma pandemia real. Isso porque a série tem como contexto uma doença, parecida com uma gripe, que aniquila boa parte da humanidade, e diversas cenas mostram detalhes mais do que familiares para quem viveu o último ano: frascos de álcool gel espalhados pelo cenário, placas pedindo o uso de máscaras, distanciamento social marcado em adesivos no chão. Fala-se em teorias envolvendo a fabricação do vírus em laboratório, mostra-se a exclusão dos contaminados e, numa cena perto do fim, vemos um homem zombando da doença, afirmando com toda a convicção que “eles querem que surtemos” e retirando o equipamento de proteção para fumar e ainda dar uma baforada na cara do amigo incrédulo. Se não são esses os momentos mais distópicos da realidade, não sei quais são.
O foco da série não é a doença, o que é um alívio, mas sim a misteriosa “epidemia” secundária que acompanha o evento, quando centenas de bebês começam a nascer diferentes… Com atributos físicos de animais. Chamam-nos de “híbridos”, mas são crianças geradas por casais humanos. O protagonista, como você já deve ter percebido pela imagem no topo desta página, é uma dessas crianças: um garotinho (Christian Convery) que é a fofura em forma de gente (meia-gente?) e que é “híbrido” de cervo, com chifres e orelhinhas que se movem de acordo com seu humor.
Como é de se esperar de uma história distópica, essas crianças passam a ser caçadas por todo o tipo de “homens maus” – governo, exército, mercenários, escolha o seu. Afinal, eles representam iconicamente o drama do pós-humano: uma “nova espécie” que promete substituir a humanidade (ela nasce enquanto você morre), mas que é, ao mesmo tempo, uma evolução dela. Uma evolução mais conectada com a natureza, único futuro imaginável hoje em dia. E é claro que as pessoas têm medo de que a “velha” humanidade, sem orelhas dançantes ou focinhos peludos, desapareça, e acham que eliminar a novidade vai fazer o mundo voltar ao que era antes.
Tolinhos, não são sempre?
Por outro lado, espécies misteriosas são sempre alvo de experimentos científicos, tanto quanto do ódio e do extermínio, e, mesmo quando esses experimentos têm a melhor das intenções – como buscar a cura para uma pandemia, por exemplo –, também sabemos que, para o bem da narrativa, nenhum tipo de estudo pode ser feito sem que o “objeto” morra uma morte terrível. Está formado o dilema moral que acompanhará a jornada do nosso protagonista e dos outros personagens que serão apresentados, um a um, ao longo de oito episódios de 40 a 50 e poucos minutos.
Sweet Tooth já está disponível na Netflix e é uma pedida certeira para quem procura um pouco de leveza e humanidade em meio a todo esse caos.
Mês dos namorados, final de semestre ou 16º mês da pandemia, como preferir: junho de 2021 está entre nós! E, para nos acompanhar ao longo dos próximos 30 dias, uma diversidade de filmes e séries estão chegando às plataformas de streaming.
Entre as séries, veremos estrear a aguardada Loki, sobre o irmão traiçoeiro de Thor, na Disney+, enquanto a Amazon Prime Video traz a antologia Solos, reunindo estrelas como Helen Mirren e Anthony Mackie, e a brasileira Manhãs de Setembro, com a cantora Liniker estreando como atriz. A Netflix presenteia os fãs com segunda temporada da francesa Lupin e com a curiosa Sweet Tooth, adaptação de uma história em quadrinhos da DC Comics. Já entre os filmes, as novidades ficam por conta da animação Luca, da Pixar, que estreia direto no serviço da Disney; e da comédia Bill & Ted: encare a música, que chega ao catálogo do Telecine Play. Já o Belas Artes à la Carte capricha no cardápio com um festival de filmes espanhóis e clássicos de Kurosawa, Hitchcock e Ettore Scola.
Confira os lançamentos do mês:
Netflix
Chega à TV a adaptação da HQ ‘Sweet Tooth’, com produção de Robert Downey Jr.
A segunda parte da série ‘Lupin’, com Omar Sy, estreia neste mês
Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 2019, ‘Infiltrado na Klan’ chega à Netflix em junho
1 junho Super monstros: contos de monstros
2 junho Carnaval (Leandro Neri, 2021)
3 junho Pretty Guardian Sailor Moon Eternal: O Filme (Partes 1 e 2) Infiltrado na Klan (Spike Lee, 2018)
4 junho Sweet Tooth (Temporada 1)
7 junho Minha mãe é uma peça (André Pellenz, 2013)
9 junho Awake (Mark Raso, 2021)
11 junho Lupin (Parte 2)
15 junho Capitão Phillips (Paul Greengrass, 2013) Headspace – Guia para relaxar (Temporada 1) Cidade Cirandinha (Temporada 2)
16 junho Cidade dos pinguins (Temporada 1)
18 junho Elite (Temporada 4) Paternidade (Paul Weitz, 2021)
21 junho Luccas Neto: 2 babás muito esquisitas (Lucas Margutti, 2021)
23 junho Brincando com fogo (Temporada 2) A casa das flores: O filme
24 junho Godzilla ponto singular (Temporada 1)
25 junho Sex/Life (Temporada 1)
28 junho The seven deadly sins (Temporada 5)
30 junho America: The motion picture (Matt Thompson, 2021) Sophie: Assassinato em West Cork (Temporada 1)
Belas Artes à la Carte
‘De volta para casa’: Cine Clube Italiano exibe longa de Cristina Comencini sobre uma jornalista que volta para Nápoles e acerta as contas com seu passado
‘Crime em Robaix’: no longa de Arnaud Desplechin, dois policiais investigam o assassinato de uma idosa
‘O Segredo dos seus olhos’: clássico com Ricardo Darín integra mostra de cinema espanhol no Belas Artes à la Carte
‘A Lenda’: clássico de fantasia com Tom Cruise estreia na plataforma em junho
2-9 junho 10ª Mostra Ecofalante – Semana do meio-ambiente
3-16 junho Volta ao mundo: Espanha Veridiana (Luís Buñuel, 1961) Cria Corvos (Carlos Saura, 1976) O Espírito da colmeia(Vitor Érice, 1973) Pelos meus olhos (Icíar Bollaín, 2003) O segredo dos seus olhos (Juan José Campanella, 2009) Vacas (Julio Medem, 1992) Viver é fácil com os olhos fechados (David Truebam 2013) Saura (s)(Félix Viscarret, 2017) Bem-vindo, Mr. Marshall! (Luis García Berlanga, 1953) Joana, a Louca (Vicente Aranda, 2001) A língua das mariposas(José Luis Cuerda, 1999) Maria (e os outros)(Nely Reguera, 2016)
4 junho Cine Clube Italiano De volta para casa (Cristina Comencini, 2019)
10 junho A lenda (Ridley Scott, 1985) Em nome da terra (Edouard Bergeon, 2019) Boccacio 70 (Vittorio de Sica, Federico Fellini, 1962) Ninotchka (Ernst Lubitsch, 1939) Hans Staden (Luis Alberto Pereira, 1999)
11 junho O último jogo (Roberto Studart, 2018)
17 junho Alto controle (Mike Newell, 1999) Crime em Robaix (Arnaud Desplechin, 2019) Yojimbo, o guarda-costas (Akira Kurosawa, 1961) Festim diabólico (Alfred Hitchcock, 1948) O tapete vermelho (Luis Alberto Pereira, 2005)
18 junho A fantástica viagem de Marona (Anca Damian, 2019)
24 junho Barco para liberdade (Rodd Rathjen, 2019) O despertar de um homem (Michael Caton-Jones,1993) Os amores de um demônio (Ettore Scola, 1966) A dama oculta (Alfred Hitchcock, 1938) Fogo e paixão (Isay Weinfeld e Marcio Kogan, 1989)
Disney +
‘Luca’: a mais nova animação da Pixar estreia direto na plataforma de streaming, por conta da pandemia, e conta a história de dois garotos que vivem uma aventura na Riviera Italiana, enquanto escondem suas verdadeiras identidades de criaturas marinhas
‘Loki’: a terceira série original da Marvel para a Disney+ explora as experiências do Deus da Trapaça enquanto responde por seus crimes e tenta consertar o estrago feito
‘Milagre na rua 34’: o clássico natalino de 1947, sobre uma garotinha que não acredita no Papai Noel, estreia no catálogo junto ao remake de 1994
‘A misteriosa sociedade Benedict’: na nova série da Disney, quatro órfãos muito telentosos são recrutados para salvar o mundo
4 junho Nós de novo (curta) Disney Muppet Babies (Temporada 2) Holly Hobbie (Temporada 1) Zack & Cody: gêmeos em ação (Temporadas 1 e 2) Darkwing Duck (Temporadas 1 e 2) Doutora Brinquedos (Temporadas 2 a 5) Brasil selvagem (Temporada 3) O Espectro do Sr. Boogedy
9 junho Loki (Temporada 1 – episódios semanais)
11 junho Curtas animados Zen (Temporada 2) Mano a mano (Temporadas 1 a 3) Manny, Mãos à Obra (Temporadas 2 e 3) Os Ursinhos Gummi (Temporadas 1 a 6) Disney’s Fairytale Weddings (Temporada 1) Emergência animal (Temporada 1) Frank e Ollie (Theodore Thomas, 1995)
18 junho Luca (Enrico Casarosa, 2021) Segredos em Sulphur Springs (Temporada 1) As aventuras do menino gênio Milagre na rua 34 (George Seaton, 1947) Milagre na rua 34 (Les Mayfield, 1994) Violetta: Momentos favoritos (Temporadas 1 a 3) Sobrevivente Primitivo com Hazen Audel (Temporada 2 a 4) A.N.T Farm (Temporadas 2 E 3) Boa sorte, Charlie! (Temporadas 2 a 4) J.O.N.A.S. (Temporada 2) Os Guerreiros Wasabi (Temporadas 2 a 4) Lab Rats (Temporada 3) Phil do Futuro (Temporadas 1 e 2) Zack & Cody: gêmeos a bordo (Temporadas 2 e 3) Milagre no rio Hudson (Simon George, 2014)
25 junho A misteriosa sociedade Benedict (Temporada 1) Wolfgang: o chef celebridade (David Gelb, 2021) Phineas e Ferb: Missão Marvel Uma babá quase perfeita (Chris Columbus, 1993) T.O.T.S Serviço de entrega de filhotes (Temporada 2) Mini Einsteins (Temporada 2) Princesinha Sofia (Temporada 4) A Guarda do Leão (Temporada 4) TRON – A Resistência (Temporada 1) Esquadrão da tempestade do Texas Tumbas inundadas do Nilo
Sem data Lendas da Marvel (novos episódios) High School Musical: a série – o musical (Temporada 2)
Amazon Prime Video
‘Solos’: antologia de sete episódios conta a história de personagens vivendo isolados, mas conectados de diferentes formas com a humanidade
‘Dom’: série brasileira conta história real de pai e filho que assumem lados opostos na guerra das drogas no Rio de Janeiro
‘Manhãs de setembro’: Liniker interpreta uma mulher que, ao conquistar a vida que sempre sonhou, descobre ter uma criança de um relacionamento antigo
‘Dor e glória’: longa de Pedro Almodóvar com Antonio Banderas e Penelope Cruz gira em torno de um diretor de cinema que repensa sua vida
1º junho O convidado (Michael Winterbottom, 2018)
4 junho Dom (Temporada 1) A máscara de ferro (Oleg Stepchenko, 2019)
11 junho Latin flow (temporada 1)
12 junho Dor e glória (Pedro Almodóvar, 2019)
25 junho Manhãs de setembro (Temporada 1) Solos (Temporada 1) Bosch (Temporada 7) Mary J. Blige’s My Life (Vanessa Roth, 2021)
Paramount +
1º junho Fração de segundos (Brian A. Miller, 2019)
9 junho Chorão: marginal alado (Felipe Novaes, 2019)
18 junho MTV Unplugged: BTS
Starzplay
1º junho Blade Runner 2049 (Denis Villeneuve, 2017)
13 junho Blindspotting (Temporada 1)
MGM
1º junho Tudo e todas as coisas (Stella Meghie, 2017)
8 junho Um salão do barulho 3 (Malcolm D. Lee, 2016)
Telecine Play
‘Uma luz no fim do mundo’: Casey Affleck dirige e protagoniza o drama sobre um homem que tenta sobreviver ao lado da filha num mundo onde quase todas as mulheres desapareceram
‘Bill & Ted: Encare a música’: na sequência do clássico de comédia de 1989, Keanu Reeves e Alex Winter retornam aos papéis dos dois amigos que querem criar a melhor música de todos os tempos
‘Godzilla II: Rei dos monstros’: com Millie Bobby Brown, o segundo filme da franquia mais recente do monstro japonês mostra uma tentativa de aliança dos humanos com Godzilla, a fim de salvar o mundo de ameaças ainda maiores
‘Dente por dente’: Juliano Cazarré interpreta um homem que decide investigar o desaparecimento misterioso de seu sócio, com a ajuda da esposa desse
1º junho Ameaça no Espaço (John Suits, 2020) – Première Telecine
2 junho A luz no fim do mundo (Casey Affleck, 2019) Chorar de rir (Toniko Melo, 2019) Talvez uma história de amor (Rodrigo Bernardo, 2019) 10 dias sem mamãe (Bernard Ludovic, 2020)
3 junho Love Live! Sunshine! Além do arco-íris (Kazuo Sakai, 2019)
5 junho Bill & Ted: Encare a música (Dean Parisot, 2020)
12 junho Godzilla II: Rei dos monstros (Michael Dougherty, 2019)
14 junho Um outro olhar (Dawn Porter, 2020)
15 junho Dente por dente (Júlio Taubkin, Pedro Arantes, 2020)
16 junho Espontânea (Brian Duffield, 2020) – Première Telecine
17 junho Lupin III: O primeiro (Takashi Yamazaki, 2019)
19 junho Correndo atrás (Jeferson De, 2018) – Première Telecine
21 junho Muito perto para o Natal (Ernie Barbarash, 2020) – Première Telecine
25 junho O mensageiro do último dia (David Prior, 2020)
26 junho Na mira do perigo (Robert Lorenz , 2021) – Première Telecine Psych 2: Lassie está de volta (Steve Franks, 2020)
27 junho Robin Hood: A origem (Otto Bathurst, 2018)
30 junho Sem saída (Will Wernick, 2020) Madrinhas de casamento brutais (Stanley Rowe, 2021)
Reserva Imovision
‘Boneca inflável’: plataforma traz especial com sete filmes do diretor japonês Hirokazu Kore-eda, incluindo o insólito ‘Boneca Inflável’, sobre uma boneca que ganha vida
‘Não me ame’: o cinema grego também é representado em junho com trabalhos de Alexandros Avranas, Yorgos Lanthimos e Athina Rachel Tsangari
‘Desejo e obsessão’: novo extremismo francês é tema de estreias como o sangrento thriller de Claire Denis sobre um casal americano em lua de mel
‘O outro lado da esperança’: em especial sobre imigração, plataforma traz a comédia dramática de Aki Kaurismäki sobre um homem que abre um restaurante para mudar de vida e acaba escondendo um refugiado sírio
3 junho O filho de Sofia
4 junho – Estreias temáticas: A estranha onda grega Não me ame (Alexandros Avranas) Alpes (Yorgos Lanthimos) Attenberg (Athina Rachel Tsangari)
10 junho A bela e os cães (Kaouther Ben Hania)
11 junho – Estreias temáticas: Visões originais sobre a imigração para ampliar a sua O outro lado da esperança (Aki Kaurismäki) Uma temporada na França (Mahamat-Saleh Haroun) Lua de Júpiter (Kornél Mundruczó)
17 junho O anúncio (Mahmut Fazil Coşkun)
18 junho – Estreias temáticas: Novo extremismo francês Mártires (Pascal Laugier) Desejo e obsessão (Claire Denis) Espionagem na rede (Olivier Assayas) Satã (Kim Chapiron)
24 junho Sauvage (Camille Vidal-Naquet)
25 junho – Estreias temáticas: Hirokazu Kore-eda Nossa irmã mais nova Depois da tempestade O que eu mais desejo O terceiro assassinato Boneca inflável Pais & Filhos Assunto de família
Looke
‘Amor por direito’: Elliot Page e Julianne Moore estrelam drama sobre uma mulher que luta para garantir que sua parceira receba a pensão após sua morte
‘Fluidity’: jovens navegam um mundo mediado por telas e redes sociais digitais no drama de Linda Yellen
‘Fábrica de sonhos – ouse sonhar’: romance alemão ambientado nos anos 60 acompanha um casal separado pelo muro de Berlim
2 junho A Coleção (Temporada 1) (2016) Ir ao mar (Valerie Breiman, 1989)
9 junho Amor invisível (Monty Whitebloom e Andy Delaney, 2019) Fábrica de sonhos – ouse sonhar (Martin Schreier, 2019) Corações de campeões (Gianluca Fellini, Michela Scolari, 2018)
16 junho Fluidity (Linda Yellen, 2019) Kaleb – O cão herói (Lynn Roth, 2019)
23 junho O guardião dos mundos (Sergey Mokritskiy, 2018) Com amor, Scott (Laura Marie Wayne, 2018) Amor por direito (Peter Solett, 2015) Engajados (Série: temporada 2)
30 junho A mulher invisível (Claudia Myers, 2019) Canções do amor (David Stubbs, 2019) Ripper Street (Temporada 5)
NetMovies
‘Cake: Uma razão para viver’: Jennifer Aniston interpreta uma mulher que sofre de dores crônicas e se torna obcecada pelo suicídio de uma colega do grupo de terapia
‘Labirinto de emoções’: veja Tom Hanks no início da carreira nesta aventura sobre um grupo de amigos que decide jogar RPG dentro de uma caverna lendária
‘O beijo da traição’: no suspense de 1998, um casal sequestra o dono de uma grande empresa, mas dois agentes do FBI acabam se envolvendo no caso
2 junho O beijo da traição (Sebastian Gutierrez, 1998) Santos ou soldados (Ryan Little, 2003) Cake: Uma razão para viver (Daniel Barnz, 2014)
9 junho Hail Caesar (Anthony Michael Hall, 1994) Labirinto de emoções (Steven Hilliard Stern, 1982)
16 junho O menino de ouro (Jonathan Newman, 2011) Foliar (Carolina Paiva, 2002)
23 junho Outros olhos (Carolina Paiva, 2011)
30 junho Salto alto (Carolina Paiva, 2000)
Cinema Virtual
‘Preparativos para ficarmos juntos por tempo indefinido’: drama húngaro indicado ao Independent Spirit Awards mostra uma médica que abandona tudo para ficar com um homem que conheceu, até que ele alega que nunca a viu antes
‘No fundo do poço’: após a perda da mãe, um jovem se envolve com sua vizinha, mas também mergulha numa realidade de drogas e violência
‘Uma relação delicada’: quando uma filha decide morar junto com sua mãe viúva, a relação entre as duas é colocada à prova
3 junho Preparativos para ficarmos juntos por tempo indefinido (Lili Horvát, 2020)
10 junho No fundo do poço (Joey Klein, 2019)
17 junho A Vida Solitária de Antonio Ligabue (Giorgio Diritti, 2020)
24 junho Uma relação delicada (Linda Dombrovszky, 2020) A vinícola dos sonhos (Sean Cisterna, 2019)
Plataformas diversas de aluguel
COm Demi Moore e Freida Pinto, “Love Sonia” conta a história de uma jovem que vai atrás de sua irmã, vendida pelo pai endividado, e acaba presa no comércio sexual
A Batalha dos Zumbis: filme croata mostra um bon-vivant e uma atriz tentando sobreviver a um apocalipse zumbi provocado por um vírus fabricado
‘Minhas férias com Patrick’: ansiosa por passar alguns dias com o amante, Antoinette se frustra ao descobrir que ele decidiu viajar com a família, mas, sem desistir, ela o segue até o interior com a ajuda de um burro de transporte
‘First Cow’: indicado ao Urso de Ouro e ao Spirit Awards, o longa da diretora Kelly Reichardt conta a história de dois estranhos em busca de fortuna que montam um bem-sucedido negócio de doces no oeste americano do século XIX, com a ajuda de uma rara vaca leiteira
2 junho Notre Dame (Valérie Donzelli, 2019) – iTunes, Google Play, Youtube Films, Net Now, Claro, Vivo Play
3 junho Tesouro de família (Michael A. Nickles, 2018) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes A loucura que nos une (Marie Grahtø Sørensen, 2019) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes Rumo à Hollywood (Rahat Kazmi, 2018) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes
4 junho Como hackear seu chefe (Fabrício Bittar, 2021) – Itunes, Google Play, Now, Vivo Play e Sky Berlim, eu te amo (Vários, 2019) – Itunes, Google Play, Now, Vivo Play e Sky
10 junho O último jogo (Roberto Studart, 2018) – Now, VivoPlay, Sky, Looke A arte de se apaixonar (Justin G. Dyck, 2019) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes Herança maldita (Tate Steinsiek, 2020) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes Com amor, Alasca (Justin G. Dyck, 2019) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes A caminho do amor (Jeffrey Day, 2019) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes
11 junho O sequestro de Daniel Rye (Niels Arden Oplev, 2019) – Itunes, Google Play, Now, Vivo Play e Sky First cow: a primeira vaca da América (Kelly Reichardt, 2019) – Itunes, Google e Now Nossa história de amor – Itunes, Google Play, Now, Vivo Play e Sky
17 junho Depois da tempestade (Emma Jean Sutherland, 2019) – iTunes, Google Play, Youtube Films, Net Now, Claro, Vivo Play Greenfield – Segredos explosivos (Jevgeni Jevsikov, Julius Telmer, 2020) – iTunes, Google Play, Youtube Films, Net Now, Claro, Vivo Play Delivery macabro (Chelsea Stardust, 2019) – iTunes, Google Play, Youtube Films, Net Now, Claro, Vivo Play
18 junho Traídos pela guerra – Itunes, Google Play, Now e Vivo Play Ice: quando o amor transforma (Oleg Trofim, 2018) – Itunes, Google Play, Vivo Play e Sky Nascido para vencer (Alex Ranarivelo, 2021) – Itunes, Google Play, Now, Vivo Play e Sky Um amor após a vida – Itunes, Google Play, Now, Vivo Play
24 junho Ultraman Taiga – O Filme: Clímax da Nova Geração (Ryûichi Ichino, 2020) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes Lobos Solitários – A Verdade Custa Caro (Sergi Arnau, 2019) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes A sociedade das mulheres traídas (Elena Hazanova, 2019) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes Hálito azul (Rodrigo Areias, 2018) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes O segredo de Sara (José Frazão, Thiago Greco, 2020) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes Love Sonia – NOW, Looke, Vivo Play, Google Play, Microsoft e iTunes. Batalha dos Zumbis – NOW, Looke, Vivo Play, Google Play, Microsoft e iTunes.
25 junho Filhos do ódio (Barry Alexander Brow, 2020) – Itunes, Google Play, Now e Vivo Play Perseguição na neve (John Barr, 2020) – Itunes, Google Play, Vivo Play e Sky Fé. Esperança. Amor. (Michael Flynn, 2021) – Itunes, Google Play, Now, Vivo Play Minhas férias com Patrick (Caroline Vignal, 2021) – Itunes, Google Play, Now, Vivo Play
30 junho 5 É o número perfeito (Igor Tuveri, 2019) – Looke, NOW, Vivo Play, Microsoft, Google Play, YouTube Filmes e iTunes
Bora sextar com um monte de filmes e séries que acabam de chegar ao streaming e aos cinemas (para os vacinados, ou para ver naqueles horários beeem alternativos)? Então vem comigo!
Ah! Se você ainda não viu nosso listão com as estreias de maio nas principais plataformas digitais, dê uma olhadinha aqui. ; )
A MULHER NA JANELA | Netflix
Espécie de “Janela indiscreta” versão 2021, o longa traz Amy Adams no papel de uma psicóloga infantil que sofre de agorafobia e, incapaz de sair de seu apartamento, começa a observar a vida de seus vizinhos a partir de sua janela. Um dia, ela testemunha o que acredita ser um crime violento. Estreia: 14/05
LOVE, DEATH AND ROBOTS (V2) | Netflix
A segunda temporada da série antológica de animação estreia nesta sexta. Com oito novos episódios, ela promete novas reflexões perturbadoras sobre a tecnologia, o futuro e os limites da imaginação. Estreia: 14/05
THE UNDERGROUND RAILROAD (T1)| Amazon Prime Video
Dirigida por Barry Jenkins (“Moonlight”) e baseada no romance de Colson Whitehead, a série ganha sua primeira temporada contando a história de uma escrava que, após fugir de uma fazenda na Geórgia, descobre uma rede secreta de trilhos subterrâneos que a ajuda em sua busca por liberdade. Estreia: 14/05
QUEM MATOU LADY WINSLEY?| Belas Artes à la Carte
O longa do iraquiano Hiner Saleem se inspira nos romances policiais de Agatha Christie para contar, com um toque de humor, a história de um inspetor que investiga a morte de uma escritora americana em Istambul, e acaba esbarrando em segredos e tradições peculiares da população local. Estreia: 14/05
MUNDO EM CAOS | nos cinemas
Estrelando Daisy Ridley e Tom Holland, a adaptação da popular franquia literária de Patrick Ness chega aos cinemas, mostrando um futuro onde todos os pensamentos íntimos podem ser vistos por qualquer pessoa. Estreia: 13/05
MÃES DE VERDADE | nos cinemas
O novo drama da diretora japonesa Naomi Kawase (Esplendor) explora, em tom contemplativo, a trajetória de um casal que decide adotar uma criança num centro que conecta mães que não podem seguir com a maternidade por algum motivo, a casais que a desejam. Anos depois,u ma jovem aparece alegando ser a mãe biológica e chantageando a família. Estreia: 13/05
UM DIVÃ NA TUNÍSIA | nos cinemas
Na comédia de estreia de Manele Labidi, Golshifteh Farahani interpreta uma psicanalista que se forma na França, mas volta para sua terra-natal, a Tunísia, para abrir uma clínica. Lá, encara as neuroses e os problemas de uma população marcada por tradições, dificuldades de comunicação e por uma burocracia inescapável. Estreia: 13/05
E aí, qual desses vai ser seu companheiro neste fim de semana? Pessoalmente, quero muito ver Um divã na Tunísia, mas vou esperar a estreia nos meios digitais e, enquanto isso, devo mergulhar em Love, death and robots porque não resisto a um robozinho.
Fala, pessoal! Olha eu aqui de novo trazendo notícias rapidinhas de cinema e TV. Hoje temos novos trailers, datas de estreias, uma polêmica e três mostras de cinema online e GRATUITAS pra vocês! Divirtam-se =)
Errata: o Festival de cinema brasileiro fantástico terá 9 longas: 8 disponíveis durante todo o período e 1 (“Sol Alegria”) com exibição limitada entre os dias 15 e 16/05.